A propósito de lugares que nos enchem o coração, venho falar-Vos da Flâneur.
Sabem aquela memória de infância, do cheiro dos cadernos e dos livros acabadinhos de comprar? E de entrar numa livraria e ficar a percorrer com os dedos os livros todos alinhados nas estantes debaixo do sorriso solidário dos donos? E ouvir as nossas maes a pagar mais um conto da Sophia de Mello Breyner que nós não nos cansamos de pedir enquanto perguntava ao dono da livraria como ia a escola dos filhos e se aquele tio que vivia fora do país sempre vinha no Verão (se vier não se esqueça de avisar! Fazemos uma sardinhada e um arroz de tomate para todos que eles devem ter saudades da nossa comidinha!!)?
Fomos perdendo estes tesouros com as grandes superfícies a crescerem como cogumelos e a condenarem a um fim triste muitas das livrarias tradicionais que tínhamos nas nossas cidades. Como se a magia de ler com sentimento não fosse importante.
Felizmente, nos ultimos anos, tem-se sentido uma inversão deste processo e começamos a ver, outra vez, sitios que além de venderem livros, vendem livros com alma.
A Flâneur é, para mim, a mais bonita de todas as livrarias do Porto: tem a Cátia e o Arnaldo a receberem-nos sempre com um sorriso rasgado e uma palavra de simpatia, tratam-nos pelo nome sempre que lá chegamos, tem Brunch todos os sábados de manhã (que faz ainda ter mais vontade que o fim-de-semana chegue depressa), tem tertúlias e feiras do livro e workshops e uma esplanada maravilhosa para as tardes de Verão que estão a chegar.
E onde encontramos este lugar cheio de encanto? Em pleno centro do Porto, ali na Constituição! Não podia ser melhor!
Convido todos a conhecerem a Flâneur, os seus livros, cadernos feitos a mão, origamis, bonecos de pano e bolos de comer e chorar por mais.
O dificil, vai ser vir embora!
Depois contem-me como conseguiram :)
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