Já vos comentei por aqui vezes sem conta que a minha primeira viagem de avião foi até Londres e que, desde então, foram tantos os regressos que até lhes perdi a conta.
Sou apaixonada pela cidade, pelos passeios nas margens do Tamisa, pelo friozinho característico que também dá mais carisma a este sítio histórico e multicultural. Perco-me a imaginar a vida das pessoas que descem as escadas rolantes infinitas do “tube” e não há vez nenhuma que me despeça sem cruzar a pé uma das pontes e, se puder ser a Millennium Bridge, então sou a criatura mais feliz!
O que também tem me provoca um fascínio por Londres é a quantidade de bairros, de museus, de galerias, de teatros, de jardins, de mercados que é possível descobrir e que fazem com que, de todas as vezes que lá fui, haja novidade naquilo que exploro.
Desta vez, inspirada pelo concerto das Nouvelle Vague no Porto uns dias antes da viagem, fui com a música “Guns of Brixton” no ouvido e dei por mim a pensar que nunca tinha ido explorar o East Side de Londres. Assim como não quer a coisa, lá convenci as “tropas” e foi um Sábado muito bem passado por Shoreditch.
Não vos quero maçar muito com detalhes, mas há que fazer um enquadramento deste bairro que foi um sempre um bocadinho associado à má-vida, desde os tempos em que os teatros se localizavam lá, para poderem ser representados todos os tipos de peças, sobre todos os temas, longe dos “puritanos” aristocratas de Londres. Além disso foi um bairro operário, onde se localizavam grandes indústrias têxteis e de mobiliário. Com o declínio da indústria tornou-se ainda mais pobre e a prostituição e o crime proliferaram.
Recentemente, nos últimos 30 anos, começou a ver-se o renascimento do bairro, intimamente associado às indústrias criativas. A pressão imobiliária do centro de Londres acabou por “empurrar” muitas pessoas para os subúrbios e, em Shoreditch, antigos armazéns industriais foram reconvertidos e ganharam nova alma como lofts e apartamentos, coffee shops e mercados vintage.
Hoje em dia é uma zona kitsch e hipster, com uma oferta infinita de restaurantes veggie, de lojas de antiguidades, artesanato e design.
Passear por Shoreditch é percorrer ruas inteiras de street art com a assinatura do Bansky, do Thierry Noir ou Stik, é encontrar becos catitas como a Brocolli Lane onde o Adrian Boswell cria arte inspirada em legumes :) é esta originalidade toda que contracena com edifícios antigos e rudes, e lojas locais e fofas como as do mercado de flores em Columbia Road, é nunca cansar-se de espreitar todas as montras da Brick Lane. E é comer uns ovos deliciosos acompanhados de um café maravilhoso no Grind.
Espreitem as fotos: conto que vos inspirem a comprar um voo para terra de sua majestade!
#GoRitaGo
#TravelTheWorld
#Shoreditch
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