A Finlândia, Noruega e Dinamarca são os países mais felizes, segundo o Relatório Mundial da Felicidade de 2018, elaborado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.
O que faz a felicidade nos países nórdicos? Onde há mais frio, menos luz e pouco sol?
Neste relatório são considerados fatores como os níveis de compaixão, liberdade, generosidade e honestidade, o acesso à saúde, a competência das redes de segurança social e a boa governação.
Podemos então dizer que, mais do que fatores externos, como a geografia ou o clima, o indicador de felicidade depende sobretudo do estilo de vida. E quem já passou alguns dias por estes países não fica indiferente ao sentimento eclético de tranquilidade que por lá se vê: seja pelo número de bicicletas na rua, seja pelos horários de trabalho muito mais razoáveis, seja por aproveitarem o ar livre o ano todo, mesmo que o frio aperte! Não é incomum ver-se pais a levar os miúdos a escola em atrelados nas suas bicicletas mesmo com temperaturas negativas… nem miúdos a brincar nos parques feitos pinguins, encasacados até ao tutano!
E se assim é, não será de estranhar que esteja na moda e que se vejam multidões a seguir as filosofias nórdicas para a felicidade: depois do dinamarquês Hygge (assim uma espécie de aconchego com consciência e entre amigos) e do sueco Lagom (que remete para o equilíbrio em tudo na vida, diz que o segredo está na "medida certa", mesmo que tal signifique menos espontaneidade. É a sensatez a vir ao de cima) aparece agora o conceito de Niksen, a tendência holandesa de não fazer nada e ser feliz!
Pode parecer um tanto ou quanto estranho ou até ridículo, mas não podia ser mais ajustado aos tempos desumanamente acelerados que vivemos: bombardeados com informação, distrações, notificações, novidades a cada milésimo de segundo.
Quantos de nós ainda sabem parar? Parar só. Não fazer nada.
Confesso que até para mim, que já levo uns anos de Pilates e Meditação e que descobri recentemente o encanto do Yoga, é um conceito estranho e desconfortável de entranhar. Mas um dia destes dei-me conta de receber uma chamada para ir ao Palácio de Cristal passear (num daqueles eventos grátis cheios de coisas boas que começam a aparecer no Verão) e disse que não: estava espalmada no sofá, fim de tarde, sol a passar entre as folhas das árvores no jardim por trás de casa e filtrado pelas cortinas da minha janela, uma bossa nova a tocar e eu só ali em contemplação daquele cenário que parecia idílico – já estava a praticar o Niksen mesmo sem saber! 
Mas se para uns pode ser mais intuitivo, para outros pode causar estranheza, daí que a sugestão seja começar com baby steps, ouvir música é uma boa ajuda, ficar na varanda a olhar o que se passa na rua também pode ser um começo, regar as plantas demoradamente... coisas pequeninas que possam incluir no vosso dia a dia e que vos ajudem a criar uma rotina de “abrandar”, até chegar ao ponto em que sentar no sofá ou no jardim por 5 ou 10 minutos a fazer absolutamente nada (e com consciência disso) seja algo natural.
Há dois artigos recentes que vos podem contar mais sobre o conceito do Kiksen, um da Magg e outro da Time e sugerem até uma ajudazinha para começar os treinos: basta clicar aqui.
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