Falamos de sonhos e de vontade, e de como quando se quer muito, se pode ser o tudo! Sabem aquela pergunta que nos fazem quando somos pequeninos: "O que queres ser quando fores grande?" e como a maior parte das vezes o queremos nunca se torna aquilo que somos? Pois, acontece que se quisermos mesmo, as vontades honestas e verdadeiras da infância podem mesmo durar até a vida adulta, até à chamada vida real!
1 - Ana, fala-nos um pouco da forma como descobriste que a
tua vida profissional tinha de passar pelas artes?
Acho que desde cedo, bem pequena, adorava desenhar e pintar, era o que mais me agradava fazer. E era muito
sensível, atenta ao detalhe. Mas a descoberta “oficial” foi já na
escolha do 9º para o 10º ano nos testes psicotécnicos, apesar de ainda ter tentado fugir às Artes.
2 - Sabendo que não é, de todo, uma das áreas mais fáceis, o que
dirias aquelas pessoas que têm um gosto especial seja pela pintura, musica ou
representação e a quem a “sociedade” diz que não há futuro profissional nesses
sectores?
Eu mesma fui “vítima” desse preconceito da sociedade e
tentei fugir das Artes, frequentei o agrupamento de humanidades mesmo sem saber
o que iria fazer da seguir, um ano depois, já no inicio do 11º decidi mudar para Artes,
onde as notas subiram bastante, percebi que afinal fazer o que se gosta traz
resultados.
Tive também a sorte de ter uns pais que apoiaram essa mudança e
incentivaram. Mas aconselho a todos procurarem fazer o que gostam, terem paciência e serem
persistentes. Persistência é a palavra. De nada adianta ir para uma área profissional
que tenha mais saída se não gostarem, nunca serão bons profissionais.
3 - Lá isso é a mais pura das verdades.. Nem bons profissionais, nem pessoas boas e felizes :) Seguimos: associa-se cada vez a prática artística a uma forma de
autoconhecimento e descoberta pessoal: qual é a tua opinião sobre este tema?
Concordo, pois enquanto criamos estamos a fazer abstração do
stress do dia a dia, de qualquer problema, é como que uma meditação... é um
trabalho íntimo, assim se dá a proximidade ao auto-conhecimento.
4 - Para os possíveis clientes do Atelier Pedaços de Arte, o que
podemos encontrar aqui? Conta-nos algumas das experiências giras que possas ter
tido enquanto professora.
Além de aprenderem técnicas e materiais diversos, encontram
também boa disposição, descontração e até um aumento de auto-estima ao
elaborarem os trabalhos.
É uma metáfora para a vida, alunos que dizem que nunca
pintaram ou que não têm jeito, que não valorizam o que fazem, quando se deparam
com alguns resultados e recebem elogios, sentem-se capazes! É muito positivo, e assim
acredito que esta "mudança" também os ajude a superar desafios no dia a dia. Além disso a pintura estimula e desenvolve o lado direito do cérebro, que é o mais criativo e abstracto.
Em 6 anos de atelier tivemos turmas mesmo descontraídas, momentos de relax e
risotas.
5 - E acrescento, aos momentos de relax e risotas, lanches inesperados, festas de aniversário desenrascadas à última hora e amigos que ficaram para além das aulas. Obrigada Ana! E por fim, se tivesses de eleger um artista como o teu
preferido, quem escolherias? Frida Kahlo? Miró? Klimt?
Essa é difícil, sou balança (indecisa). .. ;) .
Penso que conseguia escolher um pintor para cada estilo
artístico. Talvez Monet, pela extrema sensibilidade, Van Gogh pela textura,
Turner pela captação da luz, Frida Kahlo pela força, Dali pela loucura e Klimt
pela sensualidade, e um mais contemporâneo,
Gérard Richter.
Ana, são todos fantásticos e recomendáveis: tenho a agradecer-te a paciência comigo nas aulas e de como com a evolução dos materiais e dos conceitos cresceu também a curiosidade de ler, ver documentários e filmes sobre estes e outros pintores que são uma inspiração como artistas e como pessoas.
E a vocês, Go.Artistas caseiros, arrisquem a criar e a aprender! É um caminho lindo e desafiante. E se precisarem de ajuda, já sabem onde procurar: falem com a Ana Maria Costa, vão dar um passeio pela página do Instagram ou passem pelo Atelier Pedaços D´Arte.
#GoRitaGo
#Criar
#InterGoView
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