Já te escondeste? Já fingiste gostar de algo que odiavas? Foste a lugares que detestas? Omitiste opinião para que gostassem mais de ti? Tiveste que mudar algo para te encaixares? Arrependeste-te de alguma escolha que fizeste influenciado por outra pessoa? Já mentiste para ti mesmo? Eu já.
Quantos anos passei escondida de mim, negando quem eu era e a sonhar sobre quem eu gostaria de ser. Tantas pessoas, ao meu ver, eram tão melhores do que eu. Acabava a esconder e a negar a minha própria personalidade. Não tinha coragem para expor as minhas ideias, o meu trabalho, confrontar os ideais dos outros. Simplesmente não conseguia sair do meu lugar seguro — que era ser ninguém.
Com o tempo aprendi que eu não podia viver minha vida escondida se quisesse chegar a algum sitio. Que eu não era melhor nem pior que ninguém. Que as críticas e erros são um sinal de que existo, de que estou viva. Acho que foi depois de ler a frase abaixo que compreendi o quanto me estava a enganar:
(Não encontrei a autoria. Se alguém souber, por favor avise):
“Se você não quer ser criticado, eis a solução: Não faça nada, não fale nada, não seja nada.”
Quando li e absorvi o que essa frase dizia percebi que não poderia ser um nada para o resto da minha existência.
(...)
Para terem uma ideia, passei anos a trabalhar como fotógrafa e tentando “imitar” o trabalho de outros fotógrafos que eu admirava, porque me comparava a eles e tinha convicção de que eles eram melhores do que eu. Nunca consegui fazer fotos nem parecidas com as deles. Sabem porquê? Porque eu não sou eles, eu não penso como eles — e isto é ótimo. É o que me faz única. Mas só dei conta disso há pouco tempo.
Depois de ter assumido quem eu era e começado a fotografar da forma que gosto tudo ficou melhor. Fiquei muito mais contente com o resultado do meu trabalho e, o mais interessante, é que os outros também passaram a gostar mais dele. Hoje, no Instagram, recebo diariamente mensagens lindas de pessoas que admiram meu trabalho.
Um dia alguém me disse que reconheceu uma foto minha sem saber que era eu que tinha fotografado. Quiseram comprar uma das minhas fotos para ser a capa de um disco. Disseram-me que minhas fotos eram delicadas e eu percebi que minhas fotos eram tão minhas que eu lhes estava a conseguir transmitir as minhas características pessoais. Era a minha arte. Não era apenas a tentativa frustrada de parecer a arte de alguém.
(...)
Ouvi tantas vezes que devemos amar-nos para sermos amados e simplesmente não conseguia compreender o sentido desta frase. Quantas vezes ouvi alguém dizer, “sê tu mesmo” e fiquei irritada porque não sabia o que isso significava. Como é que isto vai resolver algum problema?
Simplesmente não sabia que não devia implorar para que alguém me amasse. Eu não entendia que não devia tentar ser outra pessoa para agradar alguém. Não tinha ideia de que eu não precisava de fazer o meu trabalho de uma forma ou de outra para que ele fosse admirado. Não compreendia que não precisava escrever como um jornalista para fazer a diferença na vida de alguém. Eu tentei ser outra pessoa quando só precisava ser eu mesma e deixar meu coração aberto.
Hoje vejo muitas pessoas que, assim como eu, estão perdidas, trilhando o mesmo caminho que trilhei. E digo, “sê tu mesmo, faz as coisas da forma que tu amas” e elas devem pensar o mesmo que eu costumava pensar.
Mas eu vou explicar-te como isto pode mudar a tua vida.
Tem amor próprio! Se amares quem tu és, isto basta. Parece parolo dito assim, mas é a mais pura verdade. Quando te amas, abres as portas para que os outros te amem de verdade. Se fazes o que gostas, permite que outros amem o que fazes porque tem o teu dedo ali, e não porque está parecido com o de alguém. Quando assumes quem és, mostras a tua personalidade, as tuas qualidades (e não as qualidades dos outros que gostarias de ter). As pessoas vão gostar de ti pelo que tu és. Não precisarás de estar o tempo todo a fingir ser algo que não és.
Quando te libertas das tuas próprias amarras e embarcas na jornada de autoconhecimento, consegues mostrar ao mundo quem és de verdade — e isso é transmitido no teu trabalho, na tua vida, nas tuas relações. E quanto mais te abres aos outros, à vida, às coisas boas que estão por vir, mais atrais coisas boas. Sê grato por teres nascido assim, da forma que és. Tu és importante para alguém, tu és importante para ti mesmo, e é isto que importa.
Expõe-te! Não sejas apenas mais um na multidão: sê tu! Não passes a vida a negar a tua personalidade, a mentir para ti mesmo e a esconder-te. Não vivas uma vida sem graça porque não te permites que vejam o quanto és doido, tímido, diferente, inteligente, esperto, sonhador, etc. Esquece o que os outros vão pensar ou falar, eles não sabem nada sobre ti. (...)
Texto adaptado do blog da Laís Schulz, o original pode ser lido aqui.
#GoRitaGo
#Recortes&Go
#Balance
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